Classe de Harmônica
Pablo Fagundes - Coordenador da Classe
PROFESSORES
Bene Chiréia
Diego Sales
Flávio Guimarães
Gabriel Grossi
Considerado um dos melhores Harmonicistas do mundo, Gabriel tem carreira solo bem estabelecida dentro e fora do país, Foi integrante do Hamilton de Holanda Quinteto, conjunto vencedor do prêmio da Musica Brasileira em 2007 e finalista do Grammy Latino por três vezes consecutivas.
Sempre envolvido em importantes projetos. Gabriel foi parceiro frequente do saudoso e consagrado clarinetista Paulo Moura, com quem atuou de 2003 até seu falecimento. No ano de 2004, também gravou CD e DVD com as cantoras Zélia Duncan e Beth Carvalho, com as quais trabalhou bastante.
Seu disco de estreia, “Diz Que Fui Por Aí”, recebeu elogios pela concepção musical, composições e arranjos. O segundo, “Afinidade” gravado em 2005 foi em duo com o grande violonista Marco Pereira, e o terceiro, “Arapuca” (inspirado no universo do forró) também conquistaram crítica e o público, mostrando que é possível aliar a tradição da música instrumental com o gosto popular, levando o nome de Gabriel para um amplo reconhecimento.
Em 2009, formou seu trio com os instrumentistas Guilherme Ribeiro (piano) e Sergio Machado (bateria). Com essa formação gravou “Horizonte”, álbum preparado durante a turnê que realizou com o lendário trombonista Raul de Souza. Em 2011, lançou o CD “Zibididi” com o premiado guitarrista Diego Figueiredo, álbum composto exclusivamente por temas autorais.
Já em 2012, Gabriel lançou mais dois trabalhos, CD “Villa Lobos Popular”, em duo com o pianista Amilton Godoy (Zimbo Trio) e o CD “Realejo” com o acordeonista Bebe Kramer. Em 2013 gravou “Urbano”, com temas autorais e uma proposta moderna dentro do universo da harmônica e do Jazz Rock.
No início de 2015 foi chamado pelo consagrado jornalista e produtor francês Remy Kopakopul para fazer a direção musical, produção e arranjos do musical “K Rio K ” em Paris. Essa peça fala da relação Rio-Paris dos anos 20. Em julho de 2015 gravou o cd “Roda Gingante” do multiinstrumentista Arismar do Espírito Santo.
Em 2016 lança em parceria com o violonista Felix Júnior o disco “Nascente”, em homenagem à Guinga e Hermeto Pascoal; além de dar continuidade aos projetos “Urbano”, “Realejo” (com Bebê Kramer),“Villa Lobos Popular (com Amilton Godoy) em homenagem a Villa Lobos e “Fole de Boca” (projeto que busca novos caminhos para o forró).
Em 2016 também produziu dois discos em homenagem ao seus mestres da harmônica: Toots Thielemans e Maurício Einhorn. No projeto “We do it out of love ”, Gabriel e seu parceiro Alex Rossi juntaram diversos harmonicistas de vários lugares do mundo para prestar essa homenagem e entregaram o disco pessoalmente ao homenageado Toots Thielemans em seu aniversário de 94 anos.
Já na homenagem “Viva Maurício Einhorn” Grossi se juntou ao seu parceiro Pablo Fagundes e convidaram mais de vinte e seis gaitistas brasileiros para gravar um discoduplo brindando a obra do grande Mauricio Einhorn.
Em 2017, gravou seu quinto disco com Hamilton de Holanda Quinteto, homenageando Milton Nascimento e comemorando os dez anos de existência do grupo. Também gravou na Espanha em Barcelona pelo selo Temps Records um disco em duo com o violonista e antigo parceiro Jurandir Santana chamado “Conexões”.
Em 2018 lança o CD e DVD “ #Em Movimento ao vivo ” uma homenagem de Gabriel Grossi a vários de seus ídolos que o transformaram no músico que é hoje. Para esse projeto ele compôs várias músicas dedicadas a cada um deles e é também uma reverência aos artistas e colegas de sua geração e aos novos instrumentistas e compositores que têm dado ainda mais força para a música instrumental feita no Brasil.
Nesse show/gravação ao vivo, Grossi convida duas de suas principais referências: Hermeto Pascoal e Mauricio Einhorn.
Em 2020 lançará seu décimo segundo álbum chamado: ” Plural “. Nesse novo projeto, Grossi destaca mais seu lado de compositor, letrista e produtor reunindo um elenco de parceiros e grandes nomes do cenário nacional e internacional para interpretar suas canções: Lenine, Jacob Collier, Ed Motta, Seamus Blake, Anat Cohen, Hermeto Pascoal, Omar Sosa, Leila Pinheiro, Zelia Duncan, Yamandu Costa entre outros
Com doze discos em seu nome, inúmeras gravações e shows em todos continentes. Participações e parcerias com grandes nomes da música nacional e internacional tais como: Hermeto Pascoal, Chico Buarque, Milton Nascimento, Jacob Collier, Snarky Puppy, Winton Marsalis, Djavan, Ivan Lins, Ed Motta, João Donato, Guinga, Lenine , Dominguinhos, Dave Mathews entre vários outros, Gabriel se consolida como um dos maiores nomes da harmonica no mundo e um dos instrumentistas e compositores mais talentosos da música instrumental Brasileira, tendo amplo reconhecimento e reverência do grande público e dos que mais conhecem do assunto.
Jefferson Gonçalves
José Staneck
Júlio Rêgo
Natanael Pereira
Otavio Castro
Paulo Prot
Maurício Einhorn
Filho de imigrantes judeus poloneses, os pais eram gaitistas. Começou a tocar gaita de boca aos cinco anos de idade, desde então se apresentando no colégio franco-brasileiro onde estudava até os 13 anos de idade.
A constância do músico com referência ao instrumento foi tanta que, já aos 10 anos, Einhorn começou a participar dos renomados programas radiofônicos de calouros da época, tais como “A Hora do Pato” e “Papel Carbono”[2] (na Rádio Nacional); e mesmo o programa de Ary Barroso e das Gaitas Hering na Rádio Tupi[3], ao lado de Fred Williams e outros.
Ainda adolescente tocou em duos, trios e quartetos sendo que no início da década de 1950 introduziu-se nas linguagens dos estilos jazz e choro[4]. Sua primeira gravação foi em 1949 quando, na música “Portate Bien” solou com um conjunto de gaitas Brazilian Rascals. Apresentou-se com Waldir Azevedo e seu Regional na Rádio Clube do Brasil. Por volta de 1955 no Hotel América, já extinto, em frente ao Clube Hebraica conheceu Durval Ferreira durante um baile em que Maurício Einhorn tocava. A primeira música dos dois, “Sambop”, foi gravada em 1959 por Claudete Soares no LP “Nova Geração em Rítmo de Samba”, em que fez participação. Depois vieram: “Estamos aí” (com Durval Ferreira e Regina Werneck) gravada por Leny Andrade; “Tristeza de Nós Dois” ( com Durval Ferreira e Bebeto); “Batida Diferente”, “Nuvem” e “Clichê” (todas com Durval Ferreira), “SamBlues” (com Durval Ferreira e Regina Werneck) e muitas outras[2]. Teve destaque na bossa nova[2], movimento cuja influência mudou os rumos da MPB.
Entre os anos de 1964 a 1966, participou em diversas gravações épicas e histórias do movimento da bossa nova, destacando os discos de “Luiz Carlos Vinhas – Novas Estruturas” e os dois Lps “Os Gatos” e “Aquele Som dos Gatos”. Participou também no lançamento do primeiro disco da cantora Tânia Maria – Apresentamos, selo Continental, em 1966, das três faixas que gravou duas músicas de sua autoria em parceria com violonista Arnaldo Costa, “Ficou na Saudade” e “Paz de Espirito” (letra de Lula Freire). Ainda em 1966, gravou seu primeiro disco em parceria com o violonista Baden Powell sob o título de “Tempo Feliz”, para o selo Forma do produtores musicais Roberto Quartin. e Wadi Gebara Tocou com Vitor Assis Brasil, em 1975, e atuou em várias gravações de Pery Ribeiro, Chico Buarque, Claudete Soares, Gilberto Gil e muitos outros. Participou nas trilhas sonoras de diversos filmes.
Ainda na década de 1960, no ano de 1968, participou do Festival Internacional da Canção (da Rede Globo de Televisão), como também no festival da Rede Record de Televisão e participou do movimento Musicanossa, gravando as faixas de sua autoria “Alvorada” (em parceria com Arnaldo Costa e o letrista Lula Freire) e “Sistema” (com Arnaldo Costa e letra de Marcos Versiani) no disco “Isto é Musicanossa”. Em 1972, a convite do músico brasileiro Sérgio Mendes, residente nos Estados Unidos, Einhorn foi para esse país e chegou a tocar com famosos expoentes do jazz como o guitarrista Jim Hall,o contrabaixista Ron Carter e o gaitista belga Toots Thielemans[4]. Com seus amigos, os pianistas brasileiros Eumir Deodato e João Donato participou da gravação do disco “Donato/Deodato”. Em dezembro de 1972, retornou ao Brasil. Em 1973, gravou um compacto cujo tema foi o filme “O Último Tango em Paris” (na gravadora Tapecar). Também lançou o LP de trilhas sonoras “The Oscar Winners”[2]. Em 1975 gravou para o selo Phillips um LP que deveria ter sido o primeiro a aparecer com o seu nome mas que, por razões comerciais, foi batizado com o nome “A Era de Ouro do Cinema”. Em 1976 fez parceria com o violonista Sebastião Tapajós[4]. Em 1979, saiu o primeiro LP solo em seu nome – “ME – Maurício Einhorn”, pela etiqueta Clam[2], destacando os clássicos que marcaram seu início de carreira as faixas “Estamos Aí” (marca registrada na voz de Leny Andrade), “Batida diferente” (sucesso do Tamba Trio), “Tristeza de Nós Dois” (presente no fabuloso disco de Luiz Eça & Cordas) e “Alvorada”. Lançou outros discos em 1984 e 1985 pela Interdisc na Argentina. Em 1993 apresentou-se no SESC Pompéia em São Paulo de onde foram gravados as faixas para o seu quarto disco, pela etiqueta Tom Brasil. Em 1996 gravou o CD “Os Solistas” ao vivo com Sebastião Tapajós, Gilson Peranzzetta e Paulinho Nogueira depois, relançado pela Moviedisc. Em 1996 gravou novamente com Sebastião Tapajós, Gilson Peranzetta e Altamiro Carrilho o CD independente “Nas Águas do Brasil (O Encontro de Solistas)”.
Mostrou talento, técnica e criatividade na arte do uso da gaita em várias fases da história musical no Brasil, quais sejam, da MPB, os anos áureos do rádio, bossa nova, os grandes festivais, aos dias de hoje. Com mais de 62 anos de carreira, ainda leciona atualmente. Costuma passar mais prática do que teoria em suas aulas. O músico é amigo do belga Toots Thielemans, tido como o melhor gaitista do mundo[1]. A opinião de ambos é de que, para aprender-se a tocar o instrumento, mesmo que não em nível profissional, é necessário dedicar-se pelo menos uma hora por dia, “inclusive sábado, domingo e feriado”.
No decorrer de sua carreira, o músico gravou com grandes astros da MPB, tais como Elizeth Cardoso, Maria Bethânia, Hermeto Pascoal, Chico Buarque, entre outros.
Consta do seu repertório a composição de mais de 400 músicas, das quais 40 foram gravadas. E ainda continua na ativa. Da sua lista de alunos constam: Gabriel Grossi, brasiliense, e hoje integrante do grupo cujo líder é Hamilton de Holanda; Hélio Rocha, professor de gaita da Escola de Música de Brasília; Leonardo Medeiros, gaitista desde 1999 entre outros.
O músico já marcou presença em Brasília por diversas vezes, inclusive, no início da década de 1980, na Granja do Torto, residência oficial de Presidentes da República brasileiros, onde tocou em duo com o então presidente Figueiredo, que era “gaitista amador”. Ele presenteou o então presidente com uma gaita, que, por sua vez, havia recebido de presente do famoso gaitista Toots Thielemans. A última apresentação na capital foi no Clube do Choro, por sugestão de Gabriel Grossi, no contexto de um projeto em homenagem a Waldir Azevedo. Além disso, a Escola de Música de Brasília também já desfrutou do conhecimento do mestre.
Rildo Hora
Rildo Alexandre Barreto da Hora, nasceu em Caruaru no dia 20 de abril de 1939. É um gaitista, violonista, cantor, compositor, arranjador, maestro e produtor musical brasileiro
Seu pai, Misael Sérgio Pereira da Hora, alagoano, foi dentista, e a mãe, Cenira Barreto Hora, pernambucana, foi sua primeira professora de teoria musical e piano.
Em 1945 mudou-se com a família para a cidade do Rio de Janeiro, indo morar no subúrbio carioca de Madureira. Aos seis anos de idade, interessou-se por harmônica de boca. Tornou-se autodidata passando a estudar o instrumento, mesmo sem mestre. Desenvolveu a sua técnica tocando frevos e choros que ouvia no rádio. Estudou harmonia, contraponto e composição na Escola de Música Pró-Arte com o maestro Guerra Peixe, que escreveu especialmente para ele “Suite quatro coisas”. Teve aulas de violão com Meira e com Oswaldo Soares e freqüentou outros cursos no Centro de Estudos Musicais.
Ainda criança, frequentava o botequim do Seu João Valentim e o bar do Nozinho, próximos a sua casa, em Madureira, apreciando o samba dos mestres Candeia, Waldir 59, Chico Santana, Alvaiade e Manacéa, entre outros da Portela.
Aos 11 anos, tocava em festas populares pelos subúrbios do Rio de Janeiro. Apresentou-se na Rádio Mayrink Veiga, no Programa Trem da Alegria, comandado pelo “Trio de Osso” (Lamartine Babo, Heber de Boscoli e Iara Sales). Nesta época, conheceu o violonista Mão de Vaca (Manoel da Conceição) e apresentou-se no programa “A Hora do Pato”, na Rádio Nacional, passando a freqüentar a emissora.
Aos doze anos venceu o Concurso das Gaitas Hering, na Rádio Mauá do Rio de Janeiro, patrocinado pela fábrica de Gaitas Hering. Foi convidado por Fred Williams a fazer parte do grupo de gaitistas do programa. Tocou cavaquinho em shows circenses acompanhando cantores, e como solista de gaita de boca. Tomou parte também do programa ‘Festival de Gaitas’ na Rádio Nacional. Em 1958, junto com Sérgio Leite e Luis Guimarães formou o trio ‘Malabaristas da Gaita’. No ano seguinte fez sua primeira composição com Gracindo Jr. “Brigamos com o amor”, gravada por Carminha Mascarenhas. Na época da Bossa Nova, passou a tocar violão e a cantar.
Em 1960, pelo selo Pawal, gravou um disco de 78 rpm com duas músicas: “Anjo” (c/ Alcino Diniz) e “Nem uma luz brilhou”, de Gilvan Chaves.
Em 1961, quando trabalhava na Boate Carioca ‘Cangaceiro’, compôs com Clóvis Melo “Canção que nasceu do amor” lançada por Cauby Peixoto, regravada mais tarde por Elizete Cardoso. No ano seguinte Alaide Costa gravou, dele e Gracindo Junior, “Como eu gosto de você”, com arranjo de César Camargo Mariano. Acompanhou Elizete Cardoso como violonista em shows por todo o Brasil de 1965 a 1967.
A partir do ano de 1968 passou a trabalhar como produtor musical, a convite de Geraldo Santos, trabalhando na gravador RCA. Sua primeira produção foi o LP ‘Música Nossa’, seguida dos discos de Antonio Carlos e Jocafi, João Bosco, Martinho da Vila e Maria Creuza. A partir daí foi estudar harmonia, contra ponto e composição com o maestro Guerra Peixe.
No ano seguinte, em 1969, são gravadas, de sua autoria, “Luciana e o mar” por Cyro Monteiro; “Nosso amanhã” (c/ Humberto Reis) por Sérgio Carvalho e “A estrela e o astronauta” (c/ Mário Castro Neves) por Clara Nunes, anteriormente cantada no Festival da Canção de Juiz de Fora por Ivany de Moraes.
No ano de 1971, produziu o disco “Memórias de um sargento de milícias”, de Martinho da Vila e um LP carnavalesco com vários artistas, no qual Mário Alves interpretou a sua canção “A vida não me leva”. Ainda em 1971 lançou o LP “A vez e a hora de Rildo Hora”, pela RCA Victor, no qual incluiu “A canoa” (c/ Sérgio Bittencourt), “Panorama segundo Rodrigo” (c/ Antônio Carlos), “O saci-pererê” (c/ Humberto Reis) e “O contador de estórias”, em parceria com Gracindo Júnior, entre outras.
Em 1973, participou como gaitista, da gravação do LP “Pérola Negra”, de Luiz Melodia, na música “Estácio Holly Estácio”. No mesmo ano, foi produtor do LP “João Bosco”, disco de estréia do cantor e compositor mineiro.
Produziu no ano de 1978 o disco “Tendinha” de Martinho da Vila, no qual se destacou o sucesso “Amor não é brinquedo” (Martinho da Vila e Candeia). No ano posterior, Ataulfo Alves Júnior, com produção sua, gravou “Velha-Guarda da Portela” e “Os Meninos da Mangueira”, ambas compostas com Sérgio Cabral.
Em 1987 executou na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro, o “Concerto para Harmônica e Orquestra”, de Villa-Lobos, sob a regência do maestro Davi Machado. Em 1988, interpretou a “Suíte quatro coisas” de Guerra Peixe, escrita e orquestrada especialmente para ele. Desde então, trabalhou com vários artistas brasileiros tais como: Martinho da Vila, Mariza Rossi, Luiz Gonzaga, Jair Rodrigues, Carlos Galhardo, Vicente Celestino,Clara Nunes, Maria Creuza, Chiquinho do Acordeom, entre outros.
Em 1992, lançou o CD “Espraiado”, pela gravadora Caju Music, no qual interpretou “Cabriola”, “Pipoca no fogo”, “Chorinho nervoso pro Hermeto Pascoal”, “Cóe, cóe”, todas de sua autoria, e ainda “A implosão da mentira ou o episódio do Riocentro”, “Canção que nasceu do amor”, além da faixa-título, “Espraiado”. O disco contou ainda com uma composição de seu filho Misael, “Baião de flor”. Distribuído nos Estados Unidos pela etiqueta Milestone, foi incluído pela crítica americana entre os 10 melhores discos de jazz latino.
Em 1998, a gravadora Visom, pela série “Virtuoso”, compilou dois CDs de sua autoria: “Rildo Hora e Cia de Cordas” e “Rildo Hora e Romero Lubambo”. Fez a produção do primeiro disco solo de Walter Alfaiate pela gravadora Alma.
Lançou no ano de 2000 o “Casa de samba volume 4”, com a Velha Guarda da Portela e Alcione, Dudu Nobre e João Bosco, Noite Ilustrada e Cássia Eller, entre outras duplas inusitadas.
Em 2001 fez a produção do disco “Chorinho” para a gravadora alemã Teldec. Neste disco, participaram Altamiro Carrilho, Carlos Malta, Sivuca, Henrique Cazes, Época de Ouro, Pedro Amorim, Joel Nascimento, Maria Teresa Madeira e Ademilde Fonseca.
Rodrigo Eberienos
Rodrigo Eberienos (Rio de Janeiro, maio de 1979) é um gaitista brasileiro. Começou seu estudo de gaita diatônica em 1994, estudando 3 meses com o gaitista Flávio Guimarães. Logo após, entra para a Escola de música Arte Música, onde ficou por mais 9 meses com Nilo Guzman.
Em 1996, passou 6 meses nos Estados Unidos onde dedicou-se inteiramente a gaita, passando um tempo em Chicago e participando das famosas e folclóricas “jams” .
Em 1997 retornou ao Rio quando começou a dar aulas particulares, bem como em escolas de música. Crescendo e estudando cada vez mais, começou a ser reconhecido no cenário nacional. No final de 1997 montou a banda Bludogues, que atualmente está em fase final de gravação do primeiro CD independente do grupo.
Em agosto de 1998, representou o Brasil SPAH ( Sociedade de Preservação e Avanço da Harmónica ), que ocorre todo ano nos Estados Unidos. Começou então, a construir sua carreira no mundo musical.
Em 1999, iniciou o estudo de gaita cromática e harmonia funcional com José Staneck. Ainda em 1999 começou a fazer participações em trilhas sonoras para televisão, rádio e em álbuns de músicos tais como : Sandy e Junior, Vanessa Barum, Zezé de Camargo e Luciano, Eduardo Nunes, Jakaré, Banda Súbito, Flávio Guimarães (Navegaita), Alyssa, Rafael Greyck (Luau II), lançado pela Warner Bros. , entre outros. Nesse mesmo ano, descobriu música Irlandesa e começou a se dedicar ao estudo de tal estilo.
Em 2000, com seus 21 anos, participou do Tributo a Gaita Blues, em Campinas, evento reunindo os 10 melhores gaitistas do país. Participou também do II Harmonica e Blues Project, em São Paulo.
Em janeiro de 2001, formou um trio, chamado Forró de Gaita, grupo que se apresenta nas maiores casas de forró do Rio de Janeiro. Atualmente o grupo também está em fase final de gravação do CD. Em agosto de 2001, voltou a representar o Brasil no SPAH, onde teve a oportunidade de conhecer pessoalmente o gaitista de música Irlandesa Brendan Power, sendo convidado por ele a fazer uma participação em seu show durante o Congresso. Ainda setembro, participou do 1º Encontro Internacional da Harmônica no Sesc Pompéia em São Paulo.
Em 2003 começa a gravar no cenário Gospel. Sendo convidado pelo produtor musical Jairinho Manhães, grava em álbuns de cantores evangélicos, como Cassiane, Marquinhos de Menezes, Bruna Karla , Jozyanne e outros.
Rodrigo, em 2005, com reconhecimento internacional, lança seu álbum, Acusticamente.
Rodrigo Eisinger
Vitor Lopes
Trocando em miúdos…
Meu nome é Vitor Lopes. Nasci na cidade de São Paulo no verão de 1975. Aos doze anos, ganhei um violão. Aos catorze, uma gaita. Todos os dias eu chegava da escola lá pelas duas da tarde, almoçava e me trancava no quarto. Ficava afinando o violão e assoprando a gaita. De repente, alguém batia na porta: “Venha jantar”. E assim, mais uma tarde passara num segundo…como se fosse um passe de mágica…até hoje sinto a música dessa mesma maneira, como uma coisa mágica, que me leva para outros mundos, outros tempos e me aproxima cada vez mais de mim mesmo.
Quando me dei conta, já estava tocando em festivais na escola, inaugurando praças, fazendo shows, dando aulas. Comecei pela gaita mesmo, com professor, o melhor gaitista do mundo, Omar Izar, até hoje em atividade aqui na capital. Depois, fui ver de perto o violão, junto de Celso Brescia Leal. Mas logo percebi que o meu futuro estava naquele pequeno instrumento. Fui procurando outros professores, mas não havia. Assim, fui estudar improvisação com o guitarrista José Roberto Araújo, depois, com o saxofonista David Richards. E percepção com o pianista Ricardo Brein. E re-harmonização e arranjo com o também pianista Cláudio Leal.
Um dia, aconteceu uma grande revelação. Estava tentando uma bolsa para estudar jazz fora do país quando um professor me chamou para assistir a um show seu. Fui. Lá, no seu grupo, havia um sujeito franzino tocando um tipo de guitarrinha elétrica, pequenininha. Ele tocava com uma técnica perfeita, limpa, improvisava como um demônio, fazia piadas musicais, se é que isso existe, e se divertia como um menino. Estava ali o meu caminho. Esqueci essa história de jazz, de exterior, de tudo o mais e fui atrás dele, Milton Mori, a quem até hoje chamo carinhosamente de “mestre” e com quem tenho a honra de partilhar tantos trabalhos.
Com o Miltinho, minha vida mudou. Descobri o choro e, no choro, descobri o caminho que queria para desenvolver as habilidades que um músico brasileiro precisa ter: virtuosismo, sonoridade, precisão, suingue, improviso… havia encontrado a minha escola! Em pouco tempo já me apresentava com o grupo Caindo no Choro. Fui convidado a tocar no regional do Canário, na Praça Benedito Calixto, onde permaneci por quase sete anos e que me permitiu tocar com Carlos Poyares, Charles da Flauta, Niquinho, Pascoal, Fofo, Seu Wilson, entre tantos outros autênticos chorões da velha guarda.
Pouco tempo depois, outro encontro decisivo: conheci Guga Murray, violonista carioca radicado em São Paulo; e juntos começamos um duo, que logo se transformou em trio com a entrada de Marcelo Costa. Nascia Um Trio ViraLata, com quem gravei dois CDs e realizei nove turnês pela Europa.
Numa tarde no final de 2005, fazia uma gravação num estúdio em São Paulo, quando o dono do estúdio entrou na técnica. Percebi pelo aquário que todos ficaram tensos com a sua entrada, afinal, ele era o chefe, e não parecia estar de bom humor. Ele cochichou algo para o técnico, que parou a gravação. Ouvi pelo fone de ouvido: “Você é que é o gaitista que toca chorinho?” Não gostei do tom, mas respondi calmamente: ” Bom, eu toco choro sim, mas não sei se sou ‘o’ gaitista.” “ E você toca mesmo ou só engana? ”Aí eu me enfezei: “Eu só engano.” Falei sério, nenhuma sombra de sorriso para dissimular. Vi que as pessoas estavam falando coisas para ele, que finalmente falou:” Você pode passar aqui na terça pra gente conversar?”E assim, desse jeito meio enviesado é que acabei gravando o meu primeiro CD dedicado ao choro, o primeiro do gênero gravado por um gaitista. Um CD muito elogiado e muito vendido, já tendo alcançado a marca de sete mil unidades, nada mal em tempos de Ipod.
Em fevereiro de 2006, outra aventura: gravar o novo trabalho do Um trio ViraLata, ao vivo, na França! Fizemos como na gravação do nosso primeiro CD, de 2003: ensaiamos como loucos, fizemos três noites de concertos, gravamos tudo e escolhemos os melhores takes. Simples assim. E em outubro, voltei para fazer o lançamento em solo francês!
No carnaval de 2009, o acontecimento mais importante de toda a minha vida: nasce meu filho, Madhu, de parto natural em casa, pesando 2,45 Kg e esbanjando saúde. Minha vida nunca mais seria a mesma…
Ainda em 2009 ganhei um lindo presente, a estatueta de ferro fundido da APCA, prêmio ao Melhor Instrumentista do Ano. E em outubro do mesmo ano, fiz uma das minhas atuações mais audaciosas: um concerto solo para gaita, na festival Les Harmonicales, em Limoges, na França! Esse concerto vai se transformar num livro-CD com 24 estudos que compus especialmente para gaita cromática, os Estudos Brasileirinhos para Gaita Cromática.
E assim vou seguindo o meu caminho, tocando com os meus amigos e mestres, como o Chico Saraiva, a Ana Fridman, o Jean-Luc Thomas, o Nélson Ayres, o Toninho Carrasqueira, o Alessandro Penezzi, o Guga, o Marcelo, a Rô. A cada encontro, um novo universo, uma nova alegria. E ao final de cada apresentação, já vou esperando pela próxima, porque a música é realmente uma coisa mágica, que me leva para outros mundos, outros tempos e me aproxima cada vez mais de mim mesmo.