Ricardo Silveira é um músico brasileiro com carreira internacional. Nascido no Rio de Janeiro, sempre soube
apreciar boa música e transita com facilidade pelos diversos idiomas musicais.
Ainda adolescente, gostava de ouvir desde rock (Beatles, Rolling Stones, Jimmy Hendrix, Led Zeppelin,
Cream) e blues (BB King, John Mayal) a música brasileira (João Gilberto, Chico Buarque, Mutantes, Novos
Baianos, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Tom Jobim, Baden Powell). Logo cedo, descobriu também o jazz:
Dave Brubeck, Miles Davis, Oscar Peterson, Joe Pass, George Benson, Wes Montgomery.
Ainda adolescente, Ricardo se interessou pela guitarra e pelo violão. Costumava tirar as melodias das músicas
que ouvia, primeiro só numa corda e depois tentando descobrir os acordes, tendo descoberto mais tarde ser
este um ótimo exercício para o ouvido e para conhecer o braço do instrumento.
Tocando com amigos e em alguns festivais de colégio, decidiu que queria ser músico profissional. Teve aulas
de violão clássico e teoria musical e passou no vestibular para a Escola Nacional de Música, porém não havia a
cadeira de violão ou guitarra nas universidades do Rio.
Nessa época, assistiu a um show de Victor Assis Brasil, que tinha estudado na Berklee College of Music, em
Boston, assim como o Márcio Montarroyos, que também tocou nesse mesmo show e o incentivou a fazer na
Berklee um curso de dois meses.
Após o curso, conseguiu uma bolsa e continuou a estudar em Boston. Após um ano, voltou ao Brasil, onde
ficou por dois meses participando de shows com Márcio Montarroyos.
De volta a Boston, por recomendação do guitarrista Bill Frisell, começou a trabalhar com uma banda de salsa,
um de seus primeiros trabalhos profissionais nos EUA. Estrelas Latinas, como se chamava o grupo, era
comandada por Fox, um violinista cubano, acompanhado por músicos de Santo Domingo, EUA, Porto Rico e
Brasil. Nos finais de semana, Ricardo deixava Boston a caminho de Nova York, onde tocava com o grupo
brasileiro Astra Carnaval.
Recomendado pelo trompetista Cláudio Roditi, Silveira foi convidado para integrar o grupo do flautista Herbie
Mann, com quem excursionou por dois anos pelos Estados Unidos. Nessa época, já morando em Nova York,
começou também a trabalhar em estúdio com grandes músicos como Steve Gadd, Richard Tee, Marcus Miller,
Michael Brecker, Jason Miles, Naná Vasconcelos, L. Shankar.
Apesar dos quatro anos trabalhando fora de seu país, Ricardo manteve o contato com a música brasileira.
Aliás, grande parte dos convites para tocar no exterior surgiu por ele ser um músico brasileiro. De volta, por
recomendação do produtor e músico Liminha, que havia conhecido nos Estados Unidos, Ricardo foi convidado
por Elis Regina para participar da turnê pelo Brasil do disco “Essa Mulher”. Foi no mesmo período que
começou a surgir, além de shows, participações em gravações, desde jingles a discos dos mais diversos artistas.
Após a turnê com Elis Regina, Ricardo começou a tocar com outros grandes nomes da MPB como Hermeto
Paschoal, Maria Bethânia, Gilberto Gil, Milton Nascimento, João Bosco, Ivan Lins, Nana Caymmi e Ney
Matogrosso para quem também fez arranjos e direção musical.
Entre a participação nas gravações e nos shows dos grandes nomes da música brasileira, Ricardo começava a
desenvolver seus projetos solos. Seu primeiro disco foi “Bom de tocar”(Polygram), lançado em 1984. A
música fez tanto sucesso, que acabou virando vinheta da Rádio Globo FM, ficando no ar por 10 anos, e
eternizando seus solos de guitarra na música que deu nome ao disco.
Por conta da repercussão, o guitarrista foi convidado para tocar no primeiro Free Jazz Festival, em 1985. Para
o show, convidou os talentosos amigos: o baixista Nico Assumpção, o pianista Luiz Avellar, o baterista Carlos
Bala e o saxofonista Nova Yorquino Steve Slagle. O resultado no palco foi tão bom que o quarteto acabou
gravando um disco, o “High Life”, lançado em 1986 pelo selo Elektra Musician.
O segundo trabalho solo data de 1987 e teve o mesmo selo. O disco tinha como título o nome do próprio
guitarrista. Nos Estados Unidos, este trabalho ganhou o nome de “Long Distance”, pelo selo da Verve
Forecast, que além deste lançou “Sky Light”, “Amazon Secrets” e “Small World”. Todos estiveram entre
os cinco mais executados nas rádios de jazz americana, sendo que Sky Light e Amazon Secrets chegaram ao
primeiro lugar.
Nos Estados Unidos, além de excursionar com Herbie Mann tocou com nomes como Sérgio Mendes, Don
Grusin, Dave Grusin, Oscar Castro Neves, Dori Caymmy, Nathan East, Vanessa Williams, El Debarge, Diana
Ross, Brenda Russel, Justo Almario, Toots Tiellemans, Baby Face, John Pisano, Kevin Lethau, Ronnie Foster,
Harvey Mason, Paty Austin, David Sanborn, Pat Metheny, Phil Perry, Earnie Watts, Gregg Karukas e Abe
Laboriel. Com Matt Bianco, Silveira esteve duas vezes na Europa e no Japão, sendo que fez mais oito viagens
para este último país em concertos de Sadao Watanabe e Dom Grusin.
Com um outro selo – Kokopelli, de Herbie Mann – foi gravado seu sexto CD, o “Storyteller”, em 1995, que
também esteve entre as cinco mais tocadas.
Em 2001, o CD “Noite Clara” saiu no Brasil pela MP,B e em 2003 nos EUA pela Adventure Music. Este
trabalho foi indicado ao Grammy Latino 2004 na categoria melhor CD Instrumental.
No mesmo ano da indicação, Ricardo Silveira em parceria com Luiz Avellar, ambos com experiências em
turnês ao lado de Milton Nascimento, gravam ao vivo – violão e piano – o CD Milton Nascimento ao Vivo
pelo selo brasileiro da Universal e pelo americano Adventure Music.
Ricardo também é conhecido pela TV. De 2006 à 2009 ele foi apresentador do “Estúdio 66” no Canal
Brasil, programa em que recebia artistas para um bate-papo e improvisos musicais. Vários nomes passaram
pelo programa, tais como : Egberto Gismonti, João Donato, Paulo Moura, Leandro Braga, João Bosco e
Guinga.
No dia 10 de julho de 2007 foi lançado nos EUA “Outro Rio”, seu décimo trabalho, e em fevereiro de 2008 no
Brasil, repetindo a dobradinha dos selos Adventure Music e MPB.
Em 2008 produziu o cd “De um jeito diferente” do cantor Emílio Santiago que ganhou o Prêmio TIM como o
melhor disco de MPB do ano.
Ricardo participou do CD “Randy in Brazil” do trompetista Randy Brecker, que ganhou o Grammy em 2009
como Melhor Álbum de Jazz Contemporâneo. Ainda em 2009 assinou a direção musical do mais novo
trabalho do cantor e compositor João Bosco “Não vou pro céu, mas já não vivo no chão”, que em 2010 foi
indicado ao Prêmio da Música Brasileira e ao Grammy Latino na categoria Melhor álbum de MPB.
Hoje, passados 26 anos do lançamento de “Bom de tocar”, Ricardo Silveira lança seu mais novo CD “Até
amanhã”. Álbum em que Ricardo reúne suas mais conhecidas canções agora com novos arranjos assinados
pelo próprio Ricardo, por Vittor Santos, Jessé Sadoc e Macelo Martins.